Monday 21 November 2016

WINNER TAKES ALL (III) (Um rapaz da Madeira)

E Portugal, contra tódolos pronósticos racionais, chegou à final do Europeu de Futebol. Porque, entre outras cousas, contou coa ajuda da deusa fortuna, sem a qual nem a melhor equipa do mundo consegue tal façanha. Vede se nom a Espanha, que sem as decisões arbitrais a seu favor, a lotaria dos penáltis e certos lances desesperados, tudo isto em várias ocasiões, nom teria ganho rem. Mas tamém é verdade que, sem o melhor jogador do mundo, Portugal nom teria chegado onde chegou, mesmo que este jogador nom tenha estado em grande forma. Emporisso, o seu valor reconhecido, como jogador, é-lhe negado, por muitos, como persoa. Na Inglaterra, os trolls e os "Ronaldo haters" estivêrom sempre mui ativos pra vazar os seus juízos e condenações, sobretudo após aquele incidente co jornalista, em que o Ronaldo lhe tirou o microfone e arrebolou-lho numha lagoa. Nom bastava com ele estar a jogar por baixo do seu nível, agora já havia motivos pra qualificá-lo de arrogante e ruim. No entanto, eu, que nunca fum um grande admirador dele, conseguim albiscar algo mais fundo nessas críticas e ódios: é que o que nom se lhe perdoa, numha sociedade classista como a britâncica, é que um estrangeiro e de classe popular tenha chegado às alturas aonde ele chegou, mesmo ao ponto de desprezar o Manchester United em favor do Real Madrid.

Porém, é verdade que o Ronaldo tem um grande ego, o que acrescentado à sua belida aparência, à sua riqueza e sucesso coas fêmeas, atrai o ódio desses trolls e invejosos, tam aleutos pra vazarem, do anonimato dos seus computadores, as suas frustrações numha figura pública. Ainda assi, o que esses medíocres nom compreendem é a determinaçom e ambiçom que guia o Cristiano Ronaldo, e que fai com que tenha umha capacidade de trabalho e sofrimento enormemente superior à de qualquer um deles. Essa capacidade de salto com que ele maravilhou contra o País de Gales, nom é so natural, mas decerto que é tamém o resultado de intensíssimos e constantes treinamentos. Por quanto se sabe, ainda nom nasceu o jogador inglês de futebol coa mesma dedicaçom ca o Ronaldo. Mas os "Ronaldo haters" só sabem falar do lado negativo do seu aspeto social e glamoroso, aproveitando pra alargarem a Portugal inteiro o seu ódio.

Em qualquer caso, neste Europeu houvo umha ocorrência que fixo de mim um admirador do Ronaldo. Foi quando aquele seareiro saltou pró relvado pra tirar a selfie com ele. Via-se que era um rapaz que admirava excessivamente o CR7: estava nervoso, quase chorando, porque a câmara nom lhe funcionava e os seguranças estavam já ali pra o prender. E o Ronaldo amossou aí a sua grande capacidade humana. Quando qualquer jogador ou estrela, nesse momento de grande tensom de antes do início dum jogo decisivo, teria ignorado por completo ou mesmo desprezado esse fam, Cristiano Ronaldo deixou-se aproximar dele e mesmo tivo a paciência e a bondade de pedir aos guardas pra esperarem polo rapaz tirar a selfie, pondo agarimoso o seu brazo nos seus ombros.

O rapaz da Madeira que pra treinar a velocidade, no seu Funchal natal, punha pesos nos tornozelos e botava carreiras aos carros nos semáforos, e que acabou chegando ao topo mundial como jogador de futebol, estava ali pra levar o seu país a glória, ao prezo que for, porque ele acreditava na glória dos heróis do mar, do seu nobre povo, e nom só no seu próprio ego. Mas apesar dos altos desígnios que já se preparavam pra ele e a sua naçom valente e imortal, apesar das invejas e ódios dos ruins, ele nunca deixou de ser o que é: um rapaz da Madeira. Talvez por isso a fortuna lhe sorriu.



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